Por Carlo Lapolli, presidente da Abracerva
É inevitável que todos estejamos assustados com as proporções do coronavírus. O pedido de isolamento social e o fechamento compulsório de empresas de atendimento ao público causam impactos que permeiam vários campos da nossa vida: da saúde mental à questão financeira, tudo será afetado.
Como instituição que representa e defende as cervejarias artesanais independentes e toda a cadeia que está ligada a ela, já estamos tomando as medidas burocráticas cabíveis. Pedidos de incentivo, documentos oficiais, tentativa de mediação com os órgãos governamentais. Vários passos estão sendo dados neste sentido e seguiremos trabalhando nisso.
No entanto, o momento também é de fortalecer o pensamento em rede. Como temos repetido diversas vezes, o mercado da cerveja artesanal independente é em cadeia. Dos fabricantes de insumos, equipamentos e tecnologia até o copo do consumidor, centenas de profissionais e empresas são envolvidas. Precisamos realizar ações coletivas, que tragam benefícios em cadeia. Neste momento, especialmente, em que todos serão afetados.
Por isso, nosso pedido enquanto Abracerva é que pensemos com estratégia e empatia.
Haverá impactos econômicos inéditos, assim como no restante do mundo. E isso vale para as grandes fornecedoras e para os pequenos pontos de vendas. Por isso, precisamos colocar em prática estratégias conjuntas para que o que temos de mais valioso – que é o produto – não se perca. Ações coletivas de abastecimento de growlers, estreitamento de parcerias com PDVs e cervejarias se unindo para deliverys são alguns exemplos que já vimos em outros países e que podem ser aplicados aqui.
A outra questão é entendermos essa reação em cadeia do Covid-19 e agirmos com empatia. O baque econômico também deve interferir numa das maiores conquistas do setor cervejeiro: a geração de empregos. É fundamental que tenhamos uma postura aberta ao diálogo. As entidades que representam os profissionais também estão cientes da situação. Converse com a sua equipe, entenda quem precisa de um tratamento diferenciado – os grupos de risco precisam ser preservados! – e busque uma solução prudente.
Pedimos que vocês considerem, a cada decisão, que todos foram afetados. Reflita sobre os históricos. Lembrar de todos que apostaram no nosso negócio. Tenha a certeza de que, se não agirmos com o pensamento coletivo agora, muita coisa vai piorar ainda mais. Mas, se o fizermos, sairemos, como grupo, ainda mais fortes.